Um investimento de US$ 260 milhões -
aproximadamente R$ 500 milhões - que vai gerar 1.200 empregos durante a
implantação e outros 400 quando estiver em operação, começa a ser concretizado
nesta quinta-feira (21), no município de Maracás, na Chapada Diamantina. O
governador Jaques Wagner e a direção do grupo canadense Largo Resources Ltda
(Largo Mineração) lançaram, na cidade, a pedra fundamental da primeira
mineradora de vanádio das Américas. A mina tem o potencial de elevar o Brasil
de importador a exportador do minério.
O vanádio é um minério essencial na indústria
siderúrgica, usado em beneficiamento de aço, na indústria aeroespacial, de
petróleo e gás, produção de ferramentas manuais e materiais cirúrgicos. De
acordo com a Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), a jazida em Maracás é
considerada a melhor do mundo, podendo se tornar produtora estratégica em nível
global.
De acordo com o governador, a Bahia é hoje o estado
mais bem posicionado em termos de geoprocessamento, o que dá uma condição de
oferecer oportunidades de investimentos para a iniciativa privada, a partir das
informações disponibilizadas pela CBPM. “Com isso, o município passa a receber
royalties que serão usados na melhoria das condições de vida da população, nas
áreas de educação e habitação”.
Segundo Wagner a Bahia é o estado que possui o
maior número de pedidos ao governo federal de direito de prospecção e de lavra.
“Por isso, temos a Bamin, que está aguardando apenas uma regulamentação
definitiva da presidenta Dilma para começar a explorar o ferro de Caetité. Em Santa Luz temos ouro. Em Marcionílio Souza ,
outra mina de ferro. Com tudo isso, a Bahia já é hoje o terceiro estado em
produção mineral”.
Atração de investimentos - O governador destacou a
atuação do estado na atração de investimentos. "São ações como essa, de
atração de investimentos, que possibilitaram, em seis anos, a geração de mais
de 200 mil postos de trabalho com carteira assinada. E o mais importante é que
62% desses postos foram no interior, nas áreas de agronegócio, apoio a pequenas
indústrias, serviços, mineração, entre outros".
A técnica em enfermagem Marlúcia
Menezes , moradora de Maracás, já faz parte da equipe da
mineradora. “Antes do início das atividades da empresa, a única opção no meu
segmento era trabalhar para a prefeitura local. Com a chegada da mineradora, eu
tive esta oportunidade e estou trabalhando”.
Para a exploração do vanádio pela empresa, uma das condicionantes é que
do total investido, R$ 5
milhões sejam destinados a obras socioambientais voltadas para a comunidade
local.
Doação - O diretor administrativo da Largo
Mineração, Paulo Viana, informou que serão realizados investimentos nas áreas da
saúde, educação e segurança pública, beneficiando Maracás e outros municípios
da região com reformas de escolas e melhorias de bibliotecas. Além disso, fazer
doação de ambulâncias e viaturas para a polícia e promover melhorias nos
hospitais.
O agricultor Antônio Caetano, da
localidade de Água Branca, em Maracás, já percebe as melhorias que a mineradora
está proporcionando para a comunidade. “Este ano mesmo a empresa fez uma grande
doação no momento que a gente mais estava necessitando, por causa da seca. Os
jovens também têm motivação para estudar, porque sabem que depois terão
oportunidade de trabalhar”.
Produção baiana tornará o país autossuficiente e
exportador
Segundo o diretor financeiro da Largo
Mineração, Luciano Chaves, de 2007 até agora foram realizadas diversas etapas
fundamentais para a implantação do empreendimento. “Passamos pelos
licenciamentos ambiental e mineral e a captação de financiamento. O Governo do
Estado foi um grande parceiro nestas fases. Contamos com o benefício do
Programa Desenvolve, que viabiliza o projeto”.
Chaves explicou que, depois de muitas
pesquisas, os geólogos constataram que a região concentra a melhor reserva do
mundo em termos de teor de vanádio. “É uma reserva muito especial, que vai ser
muito importante para o município, a Bahia e o Brasil. O país, que ainda é
importador de vanádio, vai se tornar autossuficiente e exportador, podendo
suprir cerca de 10% do mercado mundial”.
21/02/13
Grr/is
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